Espetáculos

Arraigada - a saga popular de uma heroína

Enraizada em outras terras, Druvalina tem o sonho de contar sua história em um livro. E Giovani, seu filho do meio, dá vida a sua história no palco. O monólogo traz a trajetória de uma mulher que foi desplantada de sua terra em busca de uma vida melhor, fugindo de situações que poderiam fazer o livro de sua vida ter poucas páginas. O quão belo é ser mãe meio a suas dificuldades, desde a descoberta ao carregar sua prole? Tal historia leva a outros temas como violência doméstica, a força da sobrevivência e o poder da humanidade brasileira mediante ao sistema imposto.

O espetáculo permeia conceitos do teatro documentário e traz corporalmente características do estudo da mímesi.

Ficha Técnica:
Elenco: Giovani Bruno.
Dramaturgia: Giovani Bruno.
Adaptação da Dramaturgia: Isabella Marino, Luana Marques e Mariana Defendi.
Cenografia: Giovani Bruno e Mariana Defendi.
Figurino: Giovani Bruno, Mariana Defendi e Vagner Chiarini.
Iluminação: Giovani Bruno e Mariana Defendi.
Composições Originais: Giovani Bruno.
Sonoplastia: Otiniel Aleixo.
Orientação do Projeto: Isabella Marino.
Orientação de Cena: Imara Reis.
Orientação Corporal: Leonardo Bertholini.
Orientação Musical: Everton Gennari.
Orientação Dramatúrgica: Fernando Aveiro.
Produção: Giovani Bruno e Raphael Taglialegna.
Ilustrações e Confecção de Bonecos: Henrique Simão.
Assistente de direção: Roberta Vigatto.
Direção: Mariana Defendi.
Realização: Coletivo Peneiras e Floreia Espaço de Arte. Apoio: Programa de Qualificação em Artes.


Janelas para uma mulher

Pensamos habitar lugares, mas habitamos recortes no tempo. O dia e a noite. As fases da Lua. As estações do ano. O período letivo. A história da humanidade. A idade. Os meses. A duração do espetáculo. A grade de programação da TV. A gravidez e o parto. A reunião. A felicidade. O amor. O silêncio. Uma Atriz reflete estados em que somos colocados perante o tempo, a sociedade, os nossos rituais, os nossos medos, os nossos ridículos, as nossas vontades. Busca-se transitar, no mínimo tempo, entre experiências sensoriais, sem uma narrativa linear, privilegiando as sensações provocadas pela própria natureza da ação física desenvolvida para dar conta de cada cena.

Ficha Técnica:
Elenco: Juliana Caligaris
Roteiro: Juliana Caligaris
Direção: Leticia Olivares

Orè Yéyè O, Oxum Tarangam 

"Orè Yèyè O, Oxum Tarangam" é composta por 6 diferentes momentos:

No primeiro momento Oxum é descrita como o elemento Água. Sua fluência, seus diferentes ritmos, sua densidade, sua sinuosidade. Água como força criativa, geradora, princípio feminino, persistente e constante que, em sua jornada, vai abrindo veios na Terra em direção ao mar. Neste momento, são narradas pequenas histórias onde a água ocupa um papel central: água para banhar-se, água para beber, para nadar, água como espelho. Água que alimenta os animais e faz florescer as matas, as flores e os frutos. Então, a água ganha a forma do Orixá Oxum que aparece para receber suas prendas na companhia de um pavão, seu animal de preferência. A bailarina alegremente entrega seus presentes e Oxum os recebe com satisfação. Ela então a saúda como aquela que nos traz a felicidade em todas as suas formas, materiais e imateriais.

No segundo momento, vemos um trecho de dança abstrata apresentando toda a força, requinte e complexidade do repertório do estilo Kuchipudi, marcado por movimentos rápidos, sinuosos, saltitantes e por um intrincado trabalho rítmico executado pelos pés da bailarina e seus guizos.

No terceiro momento, vemos Oxum ser descrita como a Grande Mãe que a todos alimenta, protege e beneficia, cujo afeto e proteção não podem ser comprados por dinheiro. Então há uma descrição da dança de Oxum, seus movimentos e estilo e sua presença é requisitada no recinto.

No quarto momento, os muitos nomes de Oxum são cantados em ioruba em sua homenagem: Ialodê, Iberin, Ayala, Abalô, Apará, Ipondá, Olokô e Popolukum, entre outros. Cada nome revela uma qualidade diferente do Orixá e é representado por uma passagem da mitologia de Oxum, como por exemplo, o encontro de Oxum Apará com Ogum e a súbita paixão entre ambos ou como Oxum Oxogbo ajudou as mulheres inférteis a ter filhos.

No quinto momento, Oxum em sua plenitude e em todas as suas formas e qualidades, aparece para dançar. Inicialmente a bailarina desenvolve uma sequência de movimentos de pés bastante característica do estilo Kuchipudi para então encaminhar-se para o prato de latão. Apresenta-se então uma série de intricados movimentos sobre o prato revelando o caráter sobre humano do Orixá, que flutua no palco, agora transformado em rio.

No sexto momento, a bailarina faz uma saudação final a Oxum oferecendo sua dança, seu ofício, como uma preciosa oferenda ao Orixá.

Ficha técnica:
Concepção Geral: Irani Cippiciani
Poema/Canção: Irani Cippiciani
Coreógrafa: Maya Vinayan
Intérprete: Irani Cippiciani
Músicos Indianos:
Mridangam: K. S. Sudhaman
Flauta: S. Sunil Kumar
Veena: Mudikondan Ramesh
Nattuvangam: Maya Vinayan
Vocal: Irani Cippiciani
Fotografia: Keila Mendes / Mariana Cordeiro
Produção Executiva: Irani Cippiciani
Realização: Núcleo Prema e Triveni School of Classical Dances (Coprodução Brasil/Índia, realizada com o suporte do Ministério da Cultura Brasileiro, através do Programa de Difusão e Intercâmbio - SEFIC).

Partir

O solo teatral "Partir" reúne poemas do escritor Fernando Pessoa.

Na peça, os poemas são interpretados por uma pessoa prestes a partir para uma viagem. Arrumando sua mala e adiando o quanto pode esta partida, ele relembra poemas de Fernando Pessoa, que retratam o estado emocional em que se encontra, indo da euforia, à decepção, ao pessimismo, ao temor do desconhecido e as angustias da busca de um sentido para a existência.

No total são dezoito poemas os que compõe esta colcha de retalhos. O encadeamento de textos ganha força dramatúrgica e ação teatral pela sequência em que se encontram "costurados" na lembrança deste homem, que chegando a um momento limite em sua vida, vê-se mergulhado neste turbilhão de emoções ante o temor do desconhecido e a dúvida em seguir adiante. Este homem que lança-se á vida como uma viagem. Está sempre de partida ou de chegada, mesmo que nunca chegue, mesmo que nunca parta, mesmo que adie indefinidamente a arrumação das malas.

Ficha Técnica:
Roteiro, Interpretação e Direção: Romualdo Sarcedo
Produção: Cia. Roma Produções Artísticas

Vivência Franciscana

Vivência Franciscana é um convite a uma experiência poética em que o ator se desnuda diante dos olhos de quem o vê, desnuda-se diante de uma voz que vibra até os dias de hoje, uma voz que pede paz. Mas que paz é essa que pede Francisco? Pergunta que também ecoa, que incomoda, que ganha tônus e que pede ação. Trazer a obra de vida de São Francisco de Assis à cena é deixar-se ser atravessado por incômodos e, ao mesmo tempo, por uma sensibilidade humana que emociona e inspira; um respiro diante da violência, da solidão humana, da fome, da carência de amor... Um respiro diante a força bruta da vida.

Vivência Franciscana traz à cena passagens da vida de São Francisco de Assis que, ao ouvir o chamado de Deus para reconstruir a Igreja, escolhe servir à senhora pobreza dando tudo o que tinha para viver apenas na essência da vida caminhando junto aos esquecidos, vivendo na simplicidade, ouvindo a voz do coração. Vivência Franciscana convida aos que chegarem à roda uma experiência poética preenchida pelos ensinamentos de uma voz que ecoa até hoje: a voz do coração de São Francisco.

Ficha Técnica:
Concepção e atuação: João Scarpa
Direção: Viviane Palandi
Dramaturgia colaborativa: Cristiane Costa, João Scarpa e Viviane Palandi

Trilha sonora: João Scarpa e Legal Aleixo.
Operador de som: André Martins
Figurino: João Scarpa
Confecção de figurino: Dante Skall

Ô de casa? Ô de fora! 

O espetáculo se dá na encruzilhada da realidade com a ficção da vida de um homem que transita entre os afazeres do seu cotidiano e o passado que se faz presente na memória de situações da casa da família e para fora dela. A casa é o corpo? Ou o corpo é a casa? Um Corpo-Casa como um lugar no mundo e como o próprio mundo revelando um território sem limite entre a realidade cotidiana a uma realidade paralela habitada por personagens e situações míticas colhidas na oralidade popular brasileira e na autobiografia do bailarino/ator.

Ficha Técnica:
Concepção, atuação e dramaturgia: Daniel Santos Costa
Direção e dramaturgia: Grácia Navarro
Cenografia e Figurinos: Tiago Bassani

Yaguaretéa

Uma mulher aprisionada em sua solidão.
Um círculo que a rodeia. Um ritual.
Um auto - encarceramento. Caminhos que sempre são iguais.
A conversa incontestável com alguém que nunca esteve e nunca estará.
Sua única possibilidade de sobre vivência,
ser Yaguaretéa.
Uma mulher/ iuaretê proteica, um ser dividido, esquizofrênico, entre o mundo harmoniosamente cruel dos animais e o inarmoniosamente cruel dos humanos.
Iuaretê , palavra Tupi-gauarani, cujo significado é: " a onça verdadeira"
A onça é um ser solitário por natureza. É territorial.
Caçador temido pela sua sagacidade. É astuta, feroz, ágil.
Pele de onça é troféu valioso e muito procurado.
Em vista disso, suas proprietárias, para salvar a pele, foram afastando-se dos locais mais frequentados por homens, de modo que, hoje em dia,
Para encontrar uma delas é preciso ir procurar bem no fundo das grandes matas
Este espetáculo fala da solidão do ser humano, mesmo que rodeado de pessoas.
Reflexiona sobre o paradoxo entre proteger-se e auto aprisionar-se, sobre a luta por sobreviver perante a crueza e a crueldade inerentes a nossa existência.
Até que ponto somos responsáveis desta solidão em forma de proteção?
Até que ponto somos capazes de suportá-la? Seremos livres, realmente?

Ficha Técnica:
Concepção, atuação e direção : Paula Ibañez
Baseado livremente no conto " Meu tio o Iuaretê", de Guimarães Rosa

Monumento ao prisioneiro político desconhecido: escritura do encontro em três tentativas

Um homem miserável escreve obstinadamente em um subterrâneo. Recorda seu desprezo pela sociedade e um embate com um antigo oficial militar. Um homem, numa tarde de Corpus Christi, em plena década de 1930, decide infiltrar-se em uma procissão e provocá-la a fim de testar a reação da massa. Um homem, prisioneiro político, lamenta não ter conseguido concluir seu último livro enquanto aguarda o momento da sua execução.

Monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido é a história de três encontros com o opressor. O primeiro inspirado no indivíduo recluso e solipsista de Fiódor Dostoiévski em Notas do Subterrâneo. O segundo motivado pelo relato de Flavio de Carvalho intitulado Experiência nº 2, que narra o caso real de seu enfrentamento diante de uma procissão. O terceiro, por fim, tem base em "O milagre secreto", conto de Jorge Luis Borges presente em Ficções. Com excertos de Paulo Freire, o espetáculo é um convite para este embate e a sua superação em diferentes versões. Diferentes manifestações de um encontro que, inevitável, não poderá deixar o homem ileso.

Ficha Técnica:
Escrito, dirigido e interpretado por Daniel Martins

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